segunda-feira, 30 de maio de 2011


Me peguei sem sentir nada. Não havia mais euforia, risadas ou desespero. Sofrer agora é apenas uma lembrança meio apagada que existe no passado. Sorrir se tornou banal. Se importar, quase uma aula de atuação. Já não me importo com nada. Não vejo sentido em nada. Cheguei a pensar que era apenas aquela morfina de sempre que a dor causa para nos trazer segundos de sossego, mas não. Pela primeira vez em toda minha vida, vejo tudo em minhas mãos. Começar tudo de novo - como se o coração, assim, de repente, jamais tivesse sofrido. Lembranças ruins tiradas da memória, trocadas por um gosto ansioso de criar novas histórias. A vida entregou novas páginas para refazer a história, e eu - mais uma vez - não sei o que fazer com elas.

(Bruna Gusmão)

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